Nomenclaturas dentro da Bruxaria

Olá pessoal! Espero que esteja tudo bem com vocês...
Faz tanto tempo que não escrevo aqui, que estou até com saudades! Toda noite, ao deitar-me no travesseiro, me culpo por não postar aqui. Este Blog me faz bem, sei que é um grande projeto, e exatamente por esse motivo, sei que há muitas pessoas que esperam pelas postagens. Portanto, peço desculpas mais uma vez, pelo tempo que fiquei fora. Mas a partir de agora tudo voltará ao normal, com postagens semanais, assim como era antes.
Hoje decidi escrever sobre um assunto muito legal, rico, interessante e importante. Como uma “continuação” da postagem anterior: Wicca x Bruxaria, falarei aqui hoje de Diferenças de Nomenclatura dentro da Bruxaria. O que significa cada palavra de título: Mago, Feiticeira, Bruxa (o) e Xamã. E, claro, citarei algumas histórias para ilustrar. Porém, antes de começar a postagem, gostaria de dar alguns breves recados:

 - A Página “Pagãos e a Mãe Terra – Está na hora de fazermos mais do que o básico”, saiu do ar. Os nossos colaboradores infelizmente não puderam assumir este compromisso seriamente conosco. Mas decidi que irei fazer um Blog especificamente com foco nesse assunto: Ecologia e Preservação do meio ambiente, claro, com enfoque sempre pagão. Tenho plena consciência que esse assunto merece uma atenção especial, e eu, como uma boa cidadã e pagã, me sinto mais que na obrigação de ser ativista nesse aspecto também, já que é uma área que gosto muito. Me juntei com uma grande amiga (e também minha mestra...), Lua Serena, e juntas iremos firmar este blog, que logo logo estará no ar. Quando isso acontecer, claro, contarei à todos vocês e divulgarei o Blog.

 - Para todos aqueles que apreciam a antiga forma oracular do Tarô, gostaria de anunciar que estou lendo e dando aulas do mesmo. Fiz um Blog anunciando meus objetivos, intenções e minha forma de trabalho. Aos interessados: www.alinepandoratarologia.blogspot.com.
Gostaria de avisar também (embora já tenha avisado em postagens anteriores; mas gostaria de firmar! Rs) que, aqui em nosso querido Blog, teremos também uma página falando somente sobre Tarô. Vou falar de cada arcano por semana, enfatizando a Deusa presente em cada lâmina, e farei uma conexão da história daquela Deusa com o significado do arcano. Me basearei pelo Tarô das Deusas Universais, de Maria Carati. Será bem legal, não percam!

 Dado os recados, vamos ao que interessa...

 Mago... Feiticeira... Bruxa, Bruxo... Xamã...
 São realmente somente simples títulos? Na verdade, não. Cada um tem seu significado próprio, íntimo e particular, e que se enquadram dentro da religião. Porém, houve uma grande distorção dos mesmos.
Há uma grande bagunça, podemos colocar assim, desses ditos títulos. Tem gente que se se intitula Bruxo e, na verdade, é um feiticeiro. Tem gente que se intitula Xamã mas, na verdade, é um Bruxo.
Para ser bem sincera, esse é um dos assuntos dentro da Bruxaria que não irá ter fim. Será uma eterna luta... Mas é muito interessante deixarmos isso bem esclarecido.
Há pessoas que defendem que esses títulos são realmente somente isso... títulos. E que, na íntegra, não tem a menor importância, pois todos somos um e praticamos a mesma coisa, somente de formas diferentes. E é exatamente por esse pensamento que existe essa miscelânia de “eu sou isso e você é aquilo...”; essa guerra de nomes hierárquicos.
A minha opinião é a seguinte: não defendo nem uma coisa, e nem outra. Sempre que me perguntam: O que você é? Eu respondo: Sou pagã... ou então, sou Bruxa. Simplesmente isso. Eu sou o que eu acho que sou, e me afirmo esse título. Mas para você ter essa postura, você deve saber exatamente o que você faz, no que você acredita e o que você pratica... para você e também perante os outros, pois as pessoas são realmente enfáticas com relação a esse assunto.
Se há títulos, acho sim que eles podem ser usados, mas foi como eu disse acima... você precisa saber o que você é, antes de usar aquele título. Também sou da opinião de que, não deve haver hierarquia. Todos somos iguais perante os Deuses e, por isso, não devemos querer ser mais do que o outro. Cada título tem sua importância dentro daquele sistema de práticas e crenças.
Então, vamos às breves explicações:

 MAGO: O Arcano I do Tarô retrata exatamente esse título, tanto no negativo, quanto no positivo. Mago é aquele que pratica o ofício Magia... somente. Mas só isso? Sim, só isso.
Geralmente, o Mago não precisa seguir nenhum preceito religioso para fazer o que faz... ele simplesmente conhece, e faz!
Magos são alquimistas (os verdadeiros!) e, geralmente, podemos enquadrá-los também no título ocultista, até porque precisam do conhecimento oculto para realizarem algo com sucesso.
Existem Magos católicos. Querem um exemplo? Paulo Coelho. Muitas pessoas dizem que ele é um Mago católico, e realmente é. Ele tem a fé cristã, acredita no Deus cristão, mas tem seus ofícios mágicos SEPARADOS da religião. E, cá entre nós, ele é ótimo!

 NA HISTÓRIA: MERLIM.
 Alguns dizem que Merlin era um grande Druida; outros já dizem que Merlin era somente um profeta e mago; e há ainda quem diga que Merlin nem ao menos existiu...
As histórias em torno da história é uma questão que temos que parar e pensar por nós mesmos. Porém, tentar dizer ao certo o que Merlin foi em vida (se é que ele viveu!) é como tentar decifrar o mesmo em torno de Jesus Cristo. Na verdade, nunca iremos saber o que realmente eles foram e representaram para aquele povo, naquela época. Mas o fato é que, assim como Jesus Cristo, há registros da existência de Merlin:

 “Os primeiros registros existentes onde consta Merlin são do começo do século X. Neles consta que Merlin era um mero profeta, mas o papel dele foi evoluindo gradualmente como mago, profeta e conselheiro, ativo em todas as fases da administração do reinado do Rei Arthur. Ele foi aparentemente chamado ao nascer com o nome de Emrys, num local chamado Caer-Fyrddin (Carmarthen). Só depois tornou-se conhecido como Merlin, uma versão latinizada da palavra gaulesa, Myrddin.”

Fonte: pt.wikipedia.org 

 Pois bem, cada um tire as conclusões que quiser mas, ao meu ver, ele existiu sim, assim como Jesus Cristo. Portanto, em vida, Merlin era um Mago, que dava conselhos ao Rei Artur e outros guerreiros bardos.
Na verdade, ele vivia em um lugar da Britania (atual Inglaterra) onde o povo era druida e bardo, mas nunca foi dito com certeza, em nenhum registro ou história, que ele era um druida, ou seja, aquele que segue toda a sistemática de crenças que a religião prega. Sabe-se também que, uma de suas esposas e amantes, foi uma Grã-Sacerdotisa da Deusa, a famosa Dama do Lago, Viviane, que também a história e existência são duvidosas.
Descrição de Merlin pelo Wikipédia:

 “O mago Merlin conhecia mistérios do céu e da terra, da vida e da morte, dos homens e dos deuses. Alguns o chamavam de feiticeiro, outros achavam que ele era um santo. Todos, porém, o reconheciam como um dos homens mais sábios desde tempos imemoriais.”


FEITICEIRA (O): Muitas pessoas pregam que há uma diferença muito pequena entre Mago e Feiticeira (o). Se formos ver o sentido literal da palavra Feiticeira (o), é aquela que faz feitiços, ou seja, mexe com magia. Porém, acho que a Feiticeira pode sim ter alguma base religiosa... pode até mesmo ser da Bruxaria, mas com enfoque em feitiços e ofícios mágicos.
Nos livros clássicos, que falam da História da Bruxaria, como por exemplo: A História da Feitiçaria, de Russel, o autor usa o nome Feiticeira para aquelas mulheres que seguiam o caminho antigo, ou seja, a Bruxaria.
Esse título - feiticeira -, ao meu ver, foi o mais deturpado de toda história, pois as pessoas aproveitam o fato de não ser um título bem definido pela história e fazem o querem dele, e assim, a Feitiçaria torna-se o que é hoje... uma bagunça; por vezes, até um monte de bobagens.
Um claro exemplo desse fato é a escritora brasileira Eddie Van Feu. Ela se intitula Bruxa, mas dentro do círculo sagrado reza o pai nosso e a ave Maria. O que ela pratica, podemos dizer que é Feitiçaria (no contexto que a Feitiçaria se enquadra HOJE). Mas ao meu ver, o que ela pratica é alguma coisa que ela criou e ACHA que é Bruxaria.

NA HISTÓRIA: MARCIA FRAZÃO
Está ai um belo exemplo de uma verdadeira Feiticeira, em minha opinião. Ela é brasileira, vive numa casa no Rio de Janeiro, onde tem suas ervas para fazer suas poções. Tem mais de 10 livros publicados, e pratica o que ela acha certo COM COERÊNCIA. Não é praticante da Arte antiga, mas também não é desprovida de fé e uma pratica religiosa. Em minha opinião, é a típica feiticeira!


BRUXA (O): Esse é o título que as pessoas mais cobiçam, porém poucas verdadeiramente possuem!
Se Feiticeira é o título mais deturpado, Bruxa (o) é o título mais polêmico. Infelizmente, por falta de espaço e tempo não dará para eu mostrar aqui todas as polêmicas desse título, até porque eu chegaria a lugar nenhum, pois como disse no começo da postagem, esse é um assunto que falaremos, falaremos, mas... não chegaremos a um acordo, pois as pessoas, em sua extrema individualidade, praticam o que elas acham que é certo, mas esquecem que haviam pessoas antes delas que usavam esses títulos corretamente e com honra, que é o mais importante.
Mas enfim... Chama-se de Bruxa (o) aquela (e) que pratica a religião Bruxaria. Aquelas que praticam a verdadeira Bruxaria, ou então, o mais próximo possível disso.
Desse título, não precisarei falar muito, não é!? Pois já sabemos, porque é o que somos e praticamos. Pois, acredito eu, que se você está aqui lendo isso agora, você é uma Bruxa (o) digna (o).
No decorrer da história, existiram muitas bruxas e bruxos maravilhosos. Pena não poder dizer o mesmo de hoje...
Poderia pegar muitos nomes da história como exemplo, mas escolhi um que sei que todos irão concordar comigo, sem controvérsias. E, é claro, foi um grande bruxo, que inclusive divulgou muito a Bruxaria pelo nosso mundo naquela época. Mesmo que no decorrer desses anos, algumas coisas fossem deturpadas, isso não apagou o que ele foi.
Temos que dar graças à muitos autores, autoras, bruxos e bruxas, mas à ele principalmente, pois ele foi quem recomeçou tudo isso... Devemos muito à ele, mesmo que pratiquemos vertentes diferentes das dele hoje. Mas, independente disso, temos que lembrar que sem ele, seria muito mais dificil, ou talvez nem soubéssemos da existência de uma cultura antiga, hoje.
Ele deu a cara à tapa, quando ninguém teve peito para tal.

NA HISTÓRIA: GERALD GARDNER
Embora muitas pessoas não o considerem um bruxo digno, eu discordo totalmente. Não precisarei repetir tudo àquilo que disse acima, não é mesmo?!
Embora ele tenha passado por vários lugares, países, tenha conhecido várias crenças, ele ainda assim se focou nas culturas antigas focadas no equilíbrio das polaridades, as culturas que cultuavam uma figura feminina como Deusa, e fez disso o que conhecemos hoje como Wicca Gardneriana, a verdadeira Wicca. Ele foi, e ainda é, um grande pesquisador, bruxo e homem. Eu sou fã dele, como vocês já devem ter percebido... Rs.


XAMÃ: Assim como se assemelha as Feiticeiras com as Bruxas, assemelha-se também o Xamã. É exatamente por essas semelhanças que muitas pessoas pregam ser as mesmas coisas, mas enfim...
O Xamanismo é uma crença indígena. Sendo mais especifica, uma crença indígena européia. É uma crença centrada na Natureza, que prega o equilíbrio, o auto conhecimento, assim como a Bruxaria, mas não são a mesma coisa...
O Brasil, em sua essência, é indígena. O Sacerdote das tribos, aqui no Brasil é chamado de Pajé, e nos EUA e afins é chamado de Xamã, mas as práticas são praticamente as mesmas.
Infelizmente não poderei dar nenhum exemplo de Xamã na história, pois não sou muito conhecedora da histórias dos xamãs, mas fique ai como uma dica de pesquisa.

Antes de finalizar a postagem, gostaria de lembrar e ressaltar que essa é uma visão minha e é muito particular, algo que compartilho com vocês. Tudo o que posto aqui é resultado de muita pesquisa e reflexão sobre tais assuntos.
Espero que tenham gostado mais uma vez e até a próxima postagem... que será em breve! Rs.
Bênçãos dos Deuses à todos! )O(