segunda-feira, 14 de junho de 2010


As Leis da Feitiçaria

Antes de tudo, gostaria de deixar claro que, a ciência, por mais que ela seja incrível, ela não explica a magia, pois magia é uma coisa DIVINA. A ciência apenas complementa a magia, em algumas partes. E ainda assim, em minha opinião, acho que é a MAGIA que complementa a CIÊNCIA, e não o contrário, pois foram somente com os resultados da magia que a ciência chegou a suas novas teorias.

Nem todos se puseram em dia com a nova física, e isso inclui muitos cientistas. (Peat lamenta: “Paradoxalmente, os cientistas ainda não apreenderam as mais profundas implicações de seu próprio estudo.”) Muitas pessoas ainda pensam que a ciência e magia se opõem mutuamente, sendo a ciência concreta, prática e real, e a magia abstrata, fantasiosa e imaginária. Contudo, nada poderia estar mais longe da verdade. Para os magos, as Bruxas, os versados e treinados nos velhos métodos de nossos ancestrais, magia e ciência são fios iguais de poder, tecidos na mesma trama da vida. Sempre foi assim. A magia e a ciência natural são aliadas e juntas formam a Ciência da Feitiçaria.
Diz Cabot: “A Nova Tradição de Ciência que fundei e venho ensinando em Salem há 20 anos baseia-se na antiga sabedoria e nos mais recentes desenvolvimentos da física natural teórica. Combina a nova ciência com as antigas leis da magia, hoje largamente esquecidas, e não ensinadas, por certo, nos sistemas escolares do século XX, com sua prevenção contra o antigo e o sagrado. Usar a ciência como uma abordagem da Feitiçaria fornece aos meus alunos uma sólida base onde se apoiarem. Alguns professores apresentam as nossas práticas e crenças em termos de arte e religião, ou psicologia e mitologia, e tais critérios têm seus méritos, mas, em algum ponto, os estudantes vão inevitavelmente querer saber ‘como a magia funciona’. A ciência é o nosso país; é onde nos sentimos em casa. Apesar das fascinantes, quase inacreditáveis descobertas no nível subatômico, a ciência descreve um mundo coerente.”.
A Ciência da Feitiçaria caseia-se nos princípios herméticos que são paralelos aos princípios da nova física. Têm suas origens nos ensinamentos de Hermes, conhecido dos egípcios como Thoth, e dos romanos como Mercúrio. Os filósofos neoplatônicos referiam-se a Hermes como “Logos” ou Verbo-de-Deus-Feito-Carne, e os cristãos aplicaram a Jesus imagens desde há muito associados a Hermes. Na realidade, Hermes parece ter sido um deus indo-europeu universal que ensinou astrologia, alquimia e as muitas práticas mágicas que estão no cerne da Feitiçaria. Ele parece ter ensinado as verdades universais por toda parte, pois surge até entre os nativos americanos como os ardilosos deuses Lebre, Corvo e Coiote. Das sementes intelectuais que ele lançou na consciência humana há tantos séculos brotaram as ciências modernas da astronomia, química e física.
Pitágoras era versado nos princípios herméticos, tal como os druidas. Os romanos pensavam que os druidas tinham recebido sua instrução nas Leis Herméticas de Pitágoras, mas provavelmente foi o oposto. Provas mais recentes evidenciavam que Pitágoras tinha sido instruído pelas sacerdotisas druidas de Trácia. Na Idade Média, o Deus aparece como Hermes Trimegisto, o Três Vezes Sábio, e é através dessa encarnação que derivamos as Sete Leis Herméticas.
Não me surpreende que os cientistas modernos estejam verificando as leis herméticas, pois toda Bruxa sabe que, em partes, as relações da terra, mente e espírito, conforme ensinava Hermes, estão radicadas em fato cientifico.
Os cientistas, que não incorporam suas aptidões psíquicas em seu trabalho a par de sua proficiência racional, tiveram em seus próprios termos as leis do universo que as Bruxas conhecem intuitivamente ou lhes foram ensinadas pelos mais velhos em nossa Arte.
Diz Cabot: “Quando falo da Feitiçaria como ciência, uso a palavra ciência em sua mais estrita forma. A Feitiçaria é um sistema baseado em hipóteses que podem ser testadas sob condições controladas. Os feitiços mágicos e poções são experimentos passo-a-passo que produzem resultados estatísticos dos quais podemos derivar as nossas taxas de êxito. A ciência física mantém que uma taxa de êxito de 32% estabelece a validade de uma hipótese. Quando ensino ciência da Feitiçaria baseada nas Leis Herméticas, os experimentos dos meus alunos mostram uma taxa de êxito de 50% e, com freqüência, de 75 a 90%. Por outras palavras, podemos verificar quantas vezes e em que condições o diagnóstico psíquico pode ser realizado, com que freqüência uma poção funciona, que efeito uma vara mágica ou um cristal tem sobre um feitiço ou um ritual. Levamos em conta os ingredientes físicos usados, a data e à hora, as condições meteorológicas, as considerações astrológicas, e o estado psicológico ou ânimo da pessoa que faz o feitiço, porque o experimentador é parte integrante do experimento e, como os novos físicos atestam, afeta o desfecho de experimento.”.
As Sete Leis Herméticas são, em partes, as bases da Feitiçaria. Tais como as leis da ciência física, as Leis Herméticas formam um sistema que pode ser estudado por quem estiver disposto a esforçar-se e a dedicar tempo à prática. Analise e revisa seus conceitos e veja se você vai querer aderir a esse sistema ou não. Se optar por seu uso, lembre-se que, mesmo contemporâneas, serão muito bem-vindas por este afetuoso ser que é a Grande Mãe.

Lei do Mentalismo: “Toda criação é uma projeção da mente Divina, senhora de todo o conhecimento, de onde nossas mentes foram geradas.”.

O primeiro principio hermético é o do mentalismo, o qual estabelece que o universo é mental, ou mente. Como explicado em The Kybalion (um claro e conciso tratamento das Leis Herméticas escrito por três filósofos herméticos anônimos), mentalismo significa que “todo o mundo ou universo fenomenal é simplesmente uma criação da Divindade, e que o universo tem sua existência na Mente da Divindade.” Para nós Bruxas, essa Divindade é a Deusa e o Deus. Tudo existe na mente dos Deuses que nos “pensa” para a existência. Toda criação é composta da Mente Divina, pois a criação principiou como uma idéia da Mente Divina e continua a viver, a mover-se e a ter seu ser na Divina Consciência.
Todo conhecimento existe na Mente Divina, a qual constantemente flui e reflui em nossas mentes porque nossas mentes individuais não estão separadas da Mente Divina. Nosso inconsciente funciona como uma imensa antena captar uma infinidade de registros atuais e primordiais. Se gerarmos um mecanismo de disponibilidade interna, através de nossa mente acessaremos informações que nos permitirão retornar a Grande Mente-Mãe para sugar de seus generosos seios, ampliando e elevando nosso nível de consciência e registrando, em nós, poder e felicidade.

Lei da Correspondência: “O que está em cima é como o que está embaixo.”.

O segundo principio hermético é a lei da correspondência. Este é um dos mais importantes princípios de Feitiçaria, porque nos lembra que vivemos em mais de um mundo. “Nosso universo não é único.” Está é a máxima descrita pelo Arcano I do Tarô, O Mago.
A ciência, a partir da criação holográfica (na qual uma imagem tridimensional divide-se em partes em perder detalhes de sua imagem original), comprova a veracidade dessa Lei. Mais que humanos, somos Deuses em potencial, senhores da mesma dádiva que gerou todo o universo conhecido.
As novas definições de tempo e espaço derivadas pela física moderna indicam que cada partícula de matéria contém todas as outras. Por muito surpreendente que isso possa parecer, meramente confirma a lei da correspondência: “O que está em cima (macrocosmo) é como o que está embaixo (microcosmo).” Pensando sobre hologramas, o físico David Bohm foi levado a sugerir que, em algum nível profundo de realidade, as partículas não existem como entidades separadas, mas são meras extensões da substância fundamental do universo, que é holográfica e indivisível. Os místicos e alguns poetas intuíram isso muito antes da física moderna. Escreveu William Blake:

“Ver o mundo num grão de areia
E o céu numa flor silvestre.
Conter o infinito na palma da mão,
E a eternidade numa hora.”

Certa vez, perguntaram a um botânico chamado George Washingtom Carver, que podia conversar com as plantas assim como conversa com pessoas, como se convertera num estudioso tão sagaz da natureza. Ele respondeu: “Os segredos estão nas plantas. Para obtê-los é preciso amá-las o suficiente.” Quando indagaram: “Além doenhor, quem mais pode fazer isso?”, Carver disse: “Todos podem, desde que acreditem.” O grande botânico entendeu a lei da correspondência: nas simples coisas cotidianas reside a sabedoria e o conhecimento do universo. As verdades estão acima de nós e abaixo de nós, basta querer enxergá-las.

Lei da Vibração: “Nada está em repouso, tudo se movimenta conforme sua vibração.”
Nada é estático, tudo e todas as coisas movimentam-se e vibram. A matéria tem movimento, vibra e emite vibrações e energia. Esta energia pode ser quantificada por intermédio de aparelhos que medem e provam que as ondas cerebrais possuem índices diferentes nos vários estados de consciência que alcançamos em diversas atividades mentais (Beta, Alfa, Teta e Delta). A energia irradiada pelas ondas cerebrais e pela vibração do nosso corp pode permanece nos lugares onde ficamos, vivemos ou passamos. As pessoas sensitivas e as Bruxas captam facilmente essas energias deixadas nos locais.
A esta energia que tudo e todos irradiamos é dado o nome de “Aura”. As Bruxas sempre souberam que os objetos emitem energia. Também acreditamos que vibrações e auras afetam as mentes e corpos de outros e influenciam situações. O velho conceito Hippie de “maus fluidos e bons fluidos” não era pura fantasia. Enviamos mensagens e informações pela energia que irradiamos.

Lei da Polaridade: “Os opostos são realmente dois extremos da mesma coisa, com muitos e variáveis graus entre eles.”

Tudo tem seu oposto e complementar. A eletricidade se processa através de pólos negativos e positivos. Os opostos se atraem porque se complementam! É isso que acontece com magia e ciência... são em partes, opostas e por isso se complementam, gerando equilíbrio que nada mais é que a conciliação dos dois pólos.
Bruxas devem trabalhar e conciliar os opostos usando a energia física e mental na busca de equilíbrio, força, domínio e poder que levarão a realização de nossas aspirações.
Muitos feitiços nada mais são do que a transferência de energias positivas ou negativas direcionadas pela consciência. Estamos trabalhando com as leis da natureza do modo mais intenso, profundo e bonito.
Temos o poder de avançar ou recuar, converter o ódio em amor, o medo em coragem, a dúvida em fé. Aprendendo a caminhar em equilíbrio, podemos impedir que nossas vidas sejam dominadas por qualquer extremo. Temos que entender que precisamos dos dois pólos para viver bem: o negativo e o positivo. Ter equilíbrio é o centro!

Lei do Ritmo: “As coisas recuam e avançam, descem e sobem, entram e saem, fluem e refluem, girando em círculos e espirais.”

Esta lei complementa a lei anterior. Na Lei da Polaridade sabemos que os opostos se atraem e complementam e nada está constantemente parado. A Lei do Ritmo proporciona-nos um importante vislumbre de como esses opostos se movimentam. Eles movimentam-se em círculos e espirais. Tudo é energia!
A Feitiçaria ensina-nos como encontra o nosso lugar nesse fluxo e ensina-nos como dirigir essa energia. É um principio fundamental da filosofia hermética que a vontade humana pode dominar as forças que nos cercam. Mas o segredo consiste em aprender a nossa própria energia e a dominarmos a nós mesmos.
Um bom exemplo da Lei do Ritmo é a nossa Roda do Ano. Ela gira em círculos, sem começo nem fim; e em espirais, sempre renascendo e se renovando.

Lei do Gênero: “O feminino é oposto e complementar ao masculino.”

O principio hermético diz que tud tem componentes masculinos e femininos dentro de si, independente de se gênero físico.
Da Grande Mãe, herdamos nossa natureza feminina e receptiva; e do Grande Pai, a masculina e projetiva. Assim, precisamos colocá-los em equilíbrio dentro de nós. Se formos mulheres, precisamos nos conectar com nosso aspecto masculino e vice-versa. Somos o que os chineses chamam de yin e yang; o anima e o animus, do Mestre Carl Jung.
Portanto, energias masculinas e femininas estão numa constante dança cósmica. Não estamos encerrados num papel de gênero estático, não qual o nosso sexo ou com que obstinação tentamos viver de cordo com mitos culturalmente determinados sobre “verdadeiros homens” ou “verdadeiras mulheres”. É importante para as Bruxas (e para todos que se dedicam à magia), que trabalhem em vários estados de consciência, compreender essa polaridade fundamental na psique humana e integrar energias masculinas e femininas em seu trabalho, sempre que necessário.

Lei da Causa e Efeito: “Todo efeito tem uma causa que também pode ser efeito de outra causa.”

Nada acontece por acaso. A vida é uma sucessão de fatos relacionados a uma cadeia de AÇÃO e REAÇÃO. Estamos literal e metaforicamente ligados ao universo inteiro. As nossas ações têm repercussões cósmicas. Isso torna-nos tão humildes e culpados! O fato de percebermos da influencia que possuímos, e da incrível responsabilidade de usar nossos poderes sabiamente e para o bem de todos.
Aquilo que as Bruxas chamam de “projeções” - pensamentos e intenções dirigidos da mente para o mundo externo – produzem um impacto definido. Têm um efeito. Influenciam eventos externos, então cuidado com o que você pensa.
Algumas Bruxas pensam que usando a Lei de Causa de Efeito podem fazer acontecer qualquer coisa que desejem. Mas cumpre-me advertir acerca de tão grandiosas visões de poder e pretensão. O poder de uma Bruxa, assim como o de qualquer outra pessoa, é controlado pelas esferas de poder e energia acima, abaixo e em torno dela. Embora nós possamos ser senhoras de eventos num plano, não podemos escapar ao principio de causa e efeito. Nós somos meramente um elo num fluxo interminável de poder que impregna o universo. Somos responsáveis perante energias superiores às nossas próprias.

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