terça-feira, 8 de junho de 2010

O que eles dizem acerca das Bruxas??




Comentário Pessoal:Se somos mulheres para levar o nome ‘BRUXA’, então somos mulheres para lutar para revertermos à visão da sociedade a nosso respeito”. Se todas nos unirmos como irmãs, assim como os Deuses ensinaram, iremos conseguir com certeza, e assim, honrar as pessoas inocentes e nossos ancestrais que morreram na Era das Fogueiras e nos honrar também!
Precisa dizer mais alguma coisa?
Agora, se algum individuo que esta lendo ou já leu este GRANDE artigo e tiver alguma reclamação, sugestão, comentário pessoal ou divergências a fazer, me procure no msn, orkut ou então, seja digno de comentar em publico aqui mesmo!
Assim tenho dito e termino este artigo...


“Sentado ao meu lado nem debate na televisão estava um pastor que só contribuiu para confirmar os meus piores receios – de que as mentiras que produziram a Era das Fogueiras ainda perduravam de um extremo a outro da nação. Apesar de meus melhores esforços para convencê-lo de que o código das Bruxas diz: ‘Desde que não faça mal a ninguém, faça o que quiseres’, ele persistiu em recorrer a declarações generalizadas a respeito de todas as Bruxas serem maléficas. Tentei dizer-lhe que nunca usei a Arte para o mal ou para causar dano a quem quer que fosse, mas ele recusou-se a acreditar em mim. Para ele, todas as Bruxas eram más. Eu era uma Bruxa, então eu era má.
Esse pastor, um fanático que parecia obcecado com a injunção bíblica de que não se deve ‘tolerar que nenhuma Bruxa viva’, continuou alinhando falsas afirmações sobre mim e a Feitiçaria em geral, com o intuito declarado de colocar a audiência em mim. Era difícil aceitar seriamente seu compromisso com seu próprio código de ética, o qual lhe impõe ‘não prestar falso testemunho’. Finalmente, em desespero, e para aliviar um bate-boca algo tenso com uma pitada de humor, voltei-me para ele e disse: ‘Você dever sentir-se feliz por eu não ser uma Bruxa má, ou estaria em maus lençóis agora. ’ Confundia-me como é que ele poderia continuar antagonizando-me se realmente acreditasse que eu tinha poderes e vontade de infligir-lhe danos. Ele replicou muito depressa: ‘O meu Jesus me protegerá. ’ Então era isso, uma confrontação para ver que tem mais poder, eu ou o SEU JESUS.
O que o pastor nunca percebeu foi que, porque eu sou uma Bruxa posso aparar ataques sem revidar. Posso proteger-me e neutralizar o dano que ele me causaria sem pagar-lhe na mesma moeda. De fato, a lei das Bruxas declara que se uma Bruxa causar dano, este é lhe devolvido triplicado. Penso que a diferença entre o pastor e eu estava em que, se lhes fosse dada à oportunidade, ele me faria mal. De fato, ele estava incitando a audiência a suspeitar de mim e temer-me.
Essa estreiteza de espírito impregna toda a nossa sociedade. Não nego que as Bruxas são seres humanos e, por conseguinte, são capazes de causar danos, tal como cristãos, muçulmanos, judeus...! Os talentos ou dotes de qualquer pessoa podem ser pervertidos e usados para fins errados, mas a grande maioria das Bruxas não faz mal uso de seus poderes. Além disso, as Bruxas têm o poder de neutralizar seus inimigos de maneira que não lhes inflijam danos. Se as religiões patriarcais do cristianismo, islamismo e judaísmo tivessem ensinado aos seus povos como neutralizar o mal sem causar mal em resposta, sem empunhar a espada e brandir armas nucleares, por exemplo, teria havido muito menos violência e derramamento de sangue no mundo e a história ocidental poderia não ter sido a deprimente crônica de guerras e perseguições que foi.
Mas, lamentavelmente, o homem que me atacou no programa segue uma tradição de caçadores de Bruxas, inquisitores, juizes, torturadores e carrascos que foram responsáveis pela sistemática tortura e execução de seis a nove milhões de pessoas na Europa Ocidental dos séculos XII a XVII. (Nunca saberemos, é claro, com exatidão quantas pessoas morreram. Algumas estimativas chegam a citar 13 milhões.) O objetivo da igreja era destruir as crenças e práticas espirituais de muitas comunidades de pessoas que praticavam a Velha Religião. Isso não era certamente um ponto culminante para líderes religiosos que supostamente praticam os ensinamentos de um homem cuja mensagem era a de conviver pacificamente com o nosso próximo, dar a outra face, abandonar a espada.
Apesar de todos os direitos e liberdades que a sociedade americana oferece a maioria dos seus cidadãos, há ainda um longo caminho a fim de se garantir a liberdade religiosa para grupos que não fazem parte das religiões predominantes. Faz apenas 15 anos que o Presidente Carter assinou a Lei de Liberdade de Religião para os Americanos Nativos, e ainda hoje eles estão lutando para conseguir que suas práticas sejam aceitas em escolas, hospitais e prisões. A Feitiçaria está ainda mais postergada.
A sociedade explora-nos no Halloween e ignora-nos em Yule – como se o solstício de inverno só fosse sagrado para cristãos e judeus. Todos os anos observo com grande interesse as discussões locais que irrompem em diferentes cidades por todo país a respeito da instalação de presépios públicos. Por que não pode a nossa nação admitir que é uma sociedade pluralista e fornecer dinheiro para que as pessoas de todas as fés possam celebrar seus dias sagrados sem medo de represálias de grupos de mentalidades espreita e odienta?
A verdade sobre a Feitiçaria só muito recentemente começou a ser contada. Com a revogação das leis anti-feitiçaria em meados do século, o ressurgimento do interesse pela Arte, e os depoimentos pessoais e estudos que têm sido publicados por autores corajosos, a verdade está finalmente vindo a lume. Quando foram publicados na década de 1950 os primeiros livros escritos por membros da Arte, algumas Bruxas acharam que tinha sido violada a antiqüíssima tradição de segredo e silêncio. É verdade que as Bruxas praticavam em segredo e conservavam ocultas suas práticas e identidades. Elas estavam, no fim das contas, assustadas. Mas eu sinto que tanta coisa mudou em nosso século, tanta coisa está agora exposta à luz do dia em tantos setores da vida, que nós estaríamos deixando escapar uma oportunidade de ouro se não falássemos aberta e claramente sobre quem somos e o que fazemos. Devemos informar a sociedade sobre a verdade da Arte; precisamos apagar a área cinzenta de mitos e falsas interpretações que permitiram que nossos detratores dissessem tudo o que lhes apetece a nosso respeito. Embora os juramentos de sigilo fossem necessários no passado para a sobrevivência das Bruxas individuais e de seus grupos, isso apenas serviu para piorar as coisas a longo prazo. Ninguém falava por nós ou sobre nós, exceto aqueles que nos odiavam. Não podemos deixar que isso aconteça de novo. Devemos falar por nós mesmas e a respeito de nós mesmas. Nada temos a ocultar.
Um dos argumentos que ouvimos, até por membros da própria Arte, é que não deveríamos identificar-nos nem revelar nossos segredos, porque uma Era das Fogueiras podia ocorrer novamente. A minha resposta para isso é o seguinte: Sim, suponho que qualquer coisa possa acontecer novamente, mas penso ser muito menos provável que aconteça se a verdade a nosso respeito for conhecida, de modo que as pessoas estarão menos propensas a acreditar nas mentiras em que a Era das Fogueiras se baseou. As mentiras só podem ser usadas para justificar a matança se as pessoas forem induzidas a acreditar nessas mentiras e a agir em função delas. A minha esperança reside em que, quando as pessoas escutarem a verdade, reconheçam as mentiras pelo que realmente são e valem. E a Era das Fogueiras nunca mais voltará a acontecer.”.

(Depoimento dado pela Bruxa e autora Laurie Cabot, autora dos livros ‘O Poder da Bruxa – A Terra, a Lua e o Caminho Mágico Feminino’ ed. Série Somma; e ‘O Despertar das Bruxas em Cada Mulher’ ed. Campus.).


A ERA DAS FOGUEIRAS

Como principia a mentira? De que modo começou a imagem negativa da Bruxa? E como se estranhou tanto em nossa cultura que é quase impossível, para algumas pessoas, ouvir a palavra Bruxa sem pensar automaticamente em mal?
As respostas dessas perguntas têm raízes que mergulham fundo no passado, decorrentes da revolução patriarcal. O patriarcado culminou na Europa no século, quando a Igreja e o Império Romano uniram suas forças. Com Constantino, o cristianismo tornou-se religião oficial do império. Os bispos acompanhavam as legiões romanas nos territórios conquistados e, sob sua proteção, pregavam o que chamavam de “as boas novas”. Mas quando chegaram aos ouvidos dos que cultuavam os Velhos Costumes de seus ancestrais, dificilmente se lhes podia chamar boas novas.
A história do cristianismo é a história de perseguições. Forças cristãs assolaram, perseguiram, torturaram e mataram sistematicamente pessoas cuja espiritualidade deferia das delas – pagãs, judeus, muçulmanos. Até mesmo grupos no seio da própria comunidade cristão, como valdenses e os albigenses, sofreram o braço forte da Igreja. Qualquer grupo ou individuo que as autoridades eclesiásticas estigmatizassem como herege podia ser julgado e executado.
Quando o cristianismo se propagou pelo globo, as populações indígenas que lhe resistiram ou discordaram de seus ensinamentos foram acusados de adoradores do demônio. Vemos que esse argumento foi usado para justificar a perseguição não só na Europa, mas também aos povos nativos das Américas, África, Polinésia, Oriente e dentro do círculo Ártico. Os exércitos cristãos e o clero, ofuscados por uma visão patriarcal e monoteísta do mundo, raras vezes entenderam o valor de caminhos espirituais diferentes dos deles. Mostraram-se repetidamente incapazes de enxergar a sabedoria sagrada em outras tradições culturais, baseadas em percepções diferentes do poder divino. Na maioria dos casos, nem mesmo se deram ao trabalho de avaliá-la. Não mostraram compaixão, compreensão ou tolerância pelos panteões nativos.
Quando Constantino fez do cristianismo a religião oficial do Império Romano, a guerra contra as religiões nativas foi deflagrada a sério. Santuários e lugares sagrados foram saqueados e pilhados, fontes e poços poluídos, sacerdotes e sacerdotisas desonrados e executados. O primeiro imperador cristão encarnou pessoalmente a feroz violência que seria desencadeada contra as Bruxas. Jogou viva a esposa em água fervente, assassinou seu filho e seu cunhado, e chicoteou seu sobrinho até a morte. Durante seu governo foram lançadas às sementes para o estabelecimento político-militar-eclesiastico que dominaria a sociedade medieval. Ele concedeu aos bispos autoridades para rechaçar sentenças dos tribunais civis, e instruiu os tribunais para que fizessem cumprir todos os decretos episcopais.
Nos mil anos seguintes, os preconceitos patriarcais contra as mulheres institucionalizaram-se nas estruturas vigentes da Europa Medieval, as quais tinham como pilares a Igreja e o Estado. No século seguinte ao de Constantino, por exemplo, Santo Agostinho argumentou que as mulheres não tinham alma. Essa abominável teoria foi finalmente debatida no Concilio de Mâcon no século VI, e bispos celtas da Grã-Bretanha argumentaram com pleno êxito contra ela. Assim, não se tornou doutrina oficial da Igreja. Não obstante, a idéia continuou tendo adeptos entre clérigos ainda por muitos séculos.
Mais tarde, Santo Tomás de Aquino construiu uma argumentação racional para tratar as mulheres como escravas. Escreveu ele: “A mulher está em sujeição por causa das leis da natureza, mas é uma escrava somente pelas leis da circunstancia... A mulher está submetida ao homem pela fraqueza de seu espírito e de seu corpo.” Esse infame argumento foi levado ainda mais longe por Graciano, um especialista em direito canônico do século XII: “O homem, mas não a mulher, é feito à imagem de Deus. Daí resulta claramente que as mulheres devem estar submetidas a seus maridos e devem ser como escravas.” Assim, pelos ensinamentos dos Padres da Igreja, a mulher deixou de ser reflexo natural da Grande Deusa e Mãe de Todas as Coisas Vivas, para ficar rebaixada a posição de escrava, não feita à imagem de Deus e possivelmente desprovida de alma.
Os respeitados historiadores Will e Mary Durant escreveram que ‘a cristandade medieval foi um retrocesso moral’ para a civilização ocidental. Muitos historiadores não-católicos concordaram com eles. Otto Rank talvez tenha assinalado a razão primordial deste retrocesso moral quando postulou que a história da civilização era ‘ a gradual masculinização da civilização humana’.
O cristianismo não se tornou s fé dominante de um dia para outro e, durante séculos, a Velha Religião e o Cristianismo coexistiram. No ano 500 da era cristã, a Lei Sálica dos francos tornou legal a prática de magia. Uma lei promulgada em 643 tornou ilegal queimar uma pessoa que praticasse a Arte Mágica, e em 785 o sínodo da igreja de Padercasse decretou a pena de morte para quem queimasse uma Bruxa. Por algum tempo, apareceu que não só a Igreja não receava a Feitiçaria, mas até a encarava com seriedade. O Cânon Episcopi declarou que a Feitiçaria era uma falsa crença e que era uma heresia acreditar nela. Mas com o advento da Reforma as atitudes mudaram. João Calvino e John Knox declararam ‘negar a Feitiçaria era negar a autoridade da Bíblia’ e John Wesley afirmou: ‘ Renunciar a Feitiçaria é, com efeito, renunciar a Bíblia. ’ Era claro que a Feitiçaria tinha chegado para ficar- o cristianismo necessitava dela para preservar a integridade da Bíblia.
Durante muito tempo, a Igreja também praticou magia. São Jerônimo, por exemplo, pregou que um amuleto de safira “consegue os favores dos príncipes, pacifica os inimigos e obtém a liberdade do cativeiro”. E não quis dizer com isso que a pedra podia ser usada como dinheiro para comprar tais favores! O Papa Urbano V incentivou uso de um bolo de cera chamado o Agnus Dei, ou Cordeiro de Deus, que protegia contra os danos causados por raios, fogo e água. A igreja vendia rotineiramente talismãs que preveniam contra doenças e aumentavam a potencia sexual. Dos séculos VII a XV, a literatura eclesiástica discutiu a crença generalizada de que um padre podia causar a morte dizendo a Missa dos Defuntos contra uma pessoa viva (Missa Negra). É de presumir que alguns padres tenham realmente realizado essa missa negra. Até data bem mais recente, autoridades civis e eclesiásticas usaram Bruxas para provocar tempestades durante batalhas. Os padres explicaram isso dizendo que ‘Deus permitiu que o poder das Bruxas funcionasse. ’ Ainda hoje é possível encontrar remanescentes da magia cristã no mundo inteiro na forma de medalhas, escapulários, patuás, água benta, relíquias, santinhos para colocar no painel dos automóveis, e qualquer objeto bento que seja usado para proteção ou favores especiais.
Assim durante um razoável numero de anos, a magia parece ter sido favoravelmente olhada até por alguns dignitários da Igreja. As Bruxas continuaram ocupando posições respeitadas como curandeiras, enfermeiras, parteiras, videntes e profundas conhecedoras das crenças e dos costumes tradicionais do povo.
Mas, gradualmente, a Igreja começou a distinguir Feitiçaria de Magia. Em 1310, por exemplo, o Concilio de Tréves tornou ilegais o exorcismo, a adivinhação e as poções de amor. Isso era considerado MAGIA. E, no entanto, livros sobre Bruxaria eram publicados sob auspicio da Igreja, inclusive com a aprovação eclesiástica. Von Nettesheim, um autor de livros aprovados sobre Bruxaria, aprendeu MAGIA com o Abade João Trithemius. Qual era a diferença? A diferença era o sexo do praticante. A FEITÇARIA era aceitável, a MAGIA não. Na realidade, evidentemente, magia é magia. O que a Igreja visava não era a eliminação da magia ou da feitiçaria, mas a eleiminção das mulheres que as praticavam.
A caça as Bruxas era um grande negocio. Nobres, reis, juizes, bispos, párocos locais, tribunais, prefeituras, magistrados e funcionários burocráticos em todos os níveis, para não mencionar os próprios caçadores de Bruxas, inquisitores, torturadores e carrascos lucravam com a indústria. Todos recebiam um quinhão de bens e riquezas confiscadas aos hereges condenados. Como poderia ‘salutar’ instituição perder seu negocio? O Papa João XXII achou que não, e ordenou que a Inquisição tratasse de submeter o processo quem quer que praticasse magia. Os inquisidores não tardaram em descobrir por toda parte praticantes de magia. Toda população da Navarra francesa foi suspeita de bruxaria!
A palavra Bruxa significou diferentes coisas para diferentes pessoas em diferentes períodos da historia. Um dos significados adquiridos no final da Idade Média foi o de mulher. Sobretudo qualquer mulher que criticasse a orientação patriarcal da Igreja Católica. No século XIV, por exemplo, mulheres que pertenciam aos Franciscanos Reformistas foram queimadas em autos-de-fé por Feitiçaria e heresia. A literatura eclesiástica cresceu em estridencia na sua doutrinação de que as mulheres eram uma ameaça para a comunidade por terem conhecimento de magia. Com os anos, a campanha funcionou: no espírito popular, as mulheres que conheciam os processos da Arte mágica eram consideradas demoníacas.
A mais influente de todas as peças de propaganda nessa campanha foi encomendada pelo Papa Inocêncio VIII (que de inocente não tinha nada!) em 1484, depois que declarou ser Feitiçaria uma heresia. Ele instruiu os monges dominicanos Heinrich Kraemer e Jacob Sprenger para publicarem um manual de caça as Bruxas. Dois anos depois a obra apareceu com o titulo de Malleus Malificarum, ou o ‘Martelo das Bruxas’. O manual foi usado ao longo dos 250 anos seguintes na tentativa da Igreja de destruir a Velha Religião, degradar as mulheres que praticavam curas e exerciam liderança espiritual, e criar discordâncias nas comunidades locais a fim de fortalecer as facções políticas e econômicas que a Igreja apoiava (e que, por sua vez, apoiavam a Igreja).
A degradação das Bruxas aviltava as mulheres, visto que os argumentos de Kraemer e Sprnger contra as Bruxas decorriam de seus temores patriarcais acerca das mulheres em geral. Segundo o Malleus Malificarum, nenhuma mulher tem direito aos seus próprios pensamentos. “Quando uma mulher pensa sozinha, ela pensa maldades.” (Um argumento, diga-se de passagem, que foi usado na virada do século atual para negar às mulheres o direito de voto: elas poderiam pensar e votar independentemente de seus maridos!). Os dois monges reacenderam o argumento de Tomás de Aquino a respeito de as mulheres ser física e intelectualmente inferiores aos homens. “Elas são mais fracas de espírito e de corpo... As mulheres são, intelectualmente, como crianças... A mulheres tem memória mais fraca e é um vicio natural nelas não serem disciplinadas, mas obedecem a seus próprios impulsos sem uma noção do que é apropriado.” Em suma, a propaganda de Kraemer e Sprenger acerca da mulher está resumida nestas palavras: “A mulher é uma mentirosa por natureza... Ela é uma inimiga insinuante e secreta.”.
O clero cristão não estava sozinho em sua condenação das mulheres. Os autores do Talmude escreveram que “As mulheres são naturalmente propensas à feitiçaria” e “Quanto mais mulheres houver, mais feitiçaria existirá.”.
Poderiam esses autores do sexo masculino ter intuído o poder inato da mulher e enxergado corretamente sua relação com o poder divino? O poder da mulher é o poder da Deusa. Ao passo que algumas pessoas acharam essa noção reconfortante, os lideres da Igreja patriarcal consideraram-na uma ameaça. Em suas tentativas para monopolizar toda a experiência visionaria, todas as artes curativas e todas as praticas mágicas que engrandecem a vida humana, eles converteram a fonte de da vida, a mulher, num inimigo. E travaram uma guerra contra esse ‘inimigo’ com tanta eficácia que em algumas cidades européias foram deixadas com apenas uma mulher!
No manual de Kraemer e Sprenger, as Bruxas eram retratadas com todas as características que a Igreja tinha usado para descrever os judeus em séculos anteriores: afirmava-se que eram adoradores do demônio, que roubavam a Eucaristia e os crucifixos da Igreja, que blasfemavam e pervertiam praticas cristãs, que andavam montadas em cabras. Kraemer e Sprenger usaram até as mesmas descrições para as Bruxas que tinham sido usadas para judeus: chifres, caudas e pé de cabra – ou seja, as imagens estilizadas que os artistas tinham inventado para descrever o diabo cristão.
Os motivos que orquestraram e precipitaram a participação nas caças as Bruxas eram um emaranhado de temores, suspeitas e fantasias sadísticas. Nem sempre é fácil discernir a lógica ou a razão. Mas podemos começar com um dos principais problemas que os lideres eclesiásticos enfrentaram a respeito de sua conquista de comunidades européias: ela nunca se completou!
Por toda a Europa havia gente que continuava cultuando os Antigos Deuses pelos métodos antigos e secretos. A frustração da Igreja a esse respeito levou-a a destruir árvores e bosques sagrados, a poluir poços e fontes curativas, e a edificar suas próprias igrejas e catedrais (A Catedral de Notre Dame, por exemplo) sobre antigos locais de poder onde as pessoas tinham estado em comunhão com espíritos e divindades desde dos tempos neolíticos. Ainda hoje muitas igrejas e lugares de peregrinação cristãos, como Lourdes, Fátima e Chartres, estão construídos em locais que eram consagrados à Deusa e aos antigos Deuses ao longo da historia. Provavelmente continuarão sendo lugares de poder e inspiração muito depois que as igrejas cristãs tinham desaparecido. Em muitas igrejas e catedrais da Europa existem imagens de elfos e anões, figuras da tradição popular céltica, que os artesãos pagãos esculpiram na pedra para homenagear os nossos ancestrais. A gente pequena ainda esta ai. Seu poder continua presente!
Onde as pessoas continuaram cultuando e vivendo de acordo com os antigos costumes e praticas consagradas à Deusa, os lideres eclesiásticos agitaram medos e fantasias a respeito de seu arquiinimigo, satã. Fizeram isso desfigurando e distorcendo as imagens arquetípicas de divindade consagradas pelo tempo, mormente a da Grande Mãe Cósmica e seu Consorte, o Deus Conífero.
Quando o cristianismo e as antigas religiões naturais se chocaram na Europa, os missionários usaram a imagem da Criança da Promessa, o DeUS Cornífero, como representação do diabo cristão. Com o tempo, qualquer figura ornada com chifres invocava imagens de maldade satânica. Ironicamente, o uso de chifres como símbolo de honra e respeito era generalizado que teve sua origem nas culturas caçadoras neolíticas e outras. Os antigos Deuses – Baco, Pã e Dionisos – eram representados com chifres, assim como Diana, a caçadora, e a egípcia Ísis. Os chifres eram uma representação física da luz da sabedoria e do conhecimento divino que irradia deles (à semelhança de halos/ aureola). Os chifres também foram usados em elmos gregos, romanos e italianos até o século XIV como símbolo de força e coragem.
Muitos costumes e termos continuam refletindo a importância que os chifres tiveram outrora no folclore. A palavra inglesa scorn deriva da palavra italiana scornare, que significa ‘sem cornos’ e, figurativamente, ‘aviltar, escarnecer, desprezar’, pois ser desprovido de chifres era um sinal de desgraça, vergonha ou desprezo. Erguer os dedos indicador e mínimo na forma de chifres era um gesto para rechaçar mau-olhado. Hoje significa ‘touro, paz e amor’. A ferradura da sorte tem a forma de chifres recurvados. E como era o macho que tinha chifres, o chifre tornou-se facilmente um símbolo fálico.
Entre as antigas religiões naturais européias, as divindades masculinas (o de pés de bode, o Deus grego da natureza Pã, o romano Fauno, o céltico Cernunnos) representavam o Filho da Grande Mãe Cósmica. Juntos, Mãe e Filho encarnaram as poderosas e saudáveis forças vitais da terra. A s sacerdotisas da Velha Religião preiteavam a Deusa e seu Cornífero Consorte adornando os seus sacerdotes com chifres e usando crescente lunar em suas próprias frontes. Contra essas antigas praticas religiosas, a Igreja deflagrou uma acirrada campanha. Entre suas armas estava a doutrinação de que a mulher era maligna, a Feitiçaria era obra do demônio e as representações corníferas do Deus e Deusa eram imagens do satã. Subjacentes nesses ataques estavam os medos de mulheres, sexo, natureza e coro humano. A doutrina oficial da Igreja, elaborado ao longo dos séculos por um clero celibatário e exclusivamente masculino, pregava que a mulher era a origem de todo mal (desde que Eva conspirou com a serpente), que a Terra estava amaldiçoada por Deus (como punição por esse pecado), e que o sexo e o corpo eram sujos e desprezíveis. ‘O mundo, a carne e o demônio’ é o modo como tudo isso era – e ainda é – sintetizado.
A igreja nunca aceitou a antiga crença de que a Terra era sagrada, fervilhante de Deuses e de espíritos divinos. Não pôde entender ou tolerar uma espiritualidade que celebrava o corpo humano ou, bem dizer, os corpos de todos os animais. Enquanto que os cristãos batiam compungidos no peito, acusavam-se de pecados de carne e lamuriavam-se a respeito do tormento que era viver em ‘um vale de lágrimas’, os adoradores da Deusa cantavam, dançavam, festejavam e descobriam como diz a Recomendação da Deusa, que ‘todos os atos de amor e prazer são meus rituais’. Os protestantes deploraram as alegres atividades de rituais grosseiros, como cantar, dançar e outros folguedos – ainda mais do que os católicos. A teologia protestante atribuía muitas dessas atividades a influencia do demônio. Na Velha Religião, entretanto, elas constituíam sacramentos.
Durante a Era das Fogueiras, uma conspiração cristã formada por autoridades eclesiásticas e civis procurou eliminar sistematicamente os antigos festejos. Diretrizes da Igreja instruíram os clérigos locais para substituir festividades pagãs por dias santos cristãos. O Natal foi estabelecido para confrontar com o Solstício de Inverno, a Páscoa com o Equinócio de Primavera, a festa de São João Batista com o Solstício de Verão, o Dia de Todos os Santos com o Novo Ano Celta, Sawhain. E assim durante o ano inteiro, sempre que existisse uma festa pagã.
As autoridades também pregaram contra os folguedos que tinham lugar nesses dias santos, especialmente os rituais que envolvessem ritos sexuais. Em muitas culturas pré-cristãs, fazer amor era uma reencenação sacramental da criação. Uma Igreja que desconfiava do sexo e da mulher tinha grande dificuldade em aceitar a idéia de que sexualidade das mulheres pudesse ser sagrada. Uma espiritualidade que celebrava os ‘atos de prazer’ porque eram sagrados para a Deusa representava considerável ameaça para padres e monges celibatários que achavam difícil tolerar pensamentos lascivos inclusive neles próprios.
A uma mulher só é permitido expressar sua sexualidade com parceira sexual de um marido. Por outras palavras, a sexualidade de uma mulher deve ser limitada a um casamento patriarcal, quando pode ser controlada por um homem. Mesmo no casamento, o sexo continua sendo suspeito. Ainda é ‘carne’, que a teologia cristã tradicional nos diz fraca. Um clero celibatário e freiras virginais transmitem uma mensagem bastante clara (tal como a mensagem recentemente reafirmada pelo Vaticano de que as mulheres não podem ser sacerdotisas porque não têm um corpo masculino!).
Alguns pensadores cristãos suspeitavam de que o pecado original era o sexo e de comer o fruto da arvore do conhecimento era uma metáfora, a qual misericordiamente evitava a necessidade de mencionar ‘isso’ de forma concreta em um livro sagrado! Foi ensinado que Eva, de forma tentadora, era uma sedutora, e que toda mulher é Eva. Esse argumento foi usado durante a Era das Fogueiras e chegou à nossa própria era a sim de criar suspeitas acerca dos motivos das mulheres.
As caça as Bruxas estavam em interesse de quem? Pergunta Starwank em seu argunto livro sobre Feitiçaria, Dreaming the Dark. Enunciada a questão nesses termos, a nossa atenção é atraída para outras facções, à parte as igrejas cristãs, que também tinham interesse egoísta na eliminação das Bruxas e de quem quer que eles resolvessem rotular de Bruxa. Que outros interesses eram esse que apoiavam e se empenhavam na perseguição? Além de querer exterminar as Bruxas por seus cultos adversos da Igreja, eles também queriam expulsar o povo do campo de suas terras para comercializá-las. Naquele tempo, todo e qualquer grupo que vivia numa vida rural era considerado Bruxa... os camponeses, os indígenas. Como foi fácil para a Igreja e os interesses dos ricos explorar essa situação deflagrando caçada as Bruxas em diversas regiões contra indivíduos que acreditavam nos velhos costumes e se batiam por um modo de vida baseado na unicidade da Terra e seu caráter sagrado.
Além dos florescentes interesses comerciais e dos latifundiários ávidos para explorar a terra, a profissão médica também se interessou na perseguição as Bruxas e das curandeiras que ofereciam uma alternativa às praticas médicas. Não surpreende que eles julgassem as mulheres impróprias para a função de curar. Como declarou o Malleus Malificarum: ‘Se uma mulher se atreve a curar sem ter estudado, ela é uma Bruxa e deve morrer’.
As Bruxas tinham, é claro, estudado, mas não em universidades. Estudaram na natureza, aprenderam com as anciãs da comunidade, experimentaram por conta própria, solicitaram conselhos às próprias plantas e ervas. O que realmente exasperava a profissão médica e a Igreja era o fato das Bruxas serem ótimas curandeiras. Muitos remédios das Bruxas eram indolores e mais eficazes do que as sangrias, lavagens e purgantes que eram as praticas correntes até o século XX. E para muitas pessoas os sortilégios e formulas mágicas de uma Bruxa eram a única medicina que tinham acesso. As Bruxas também eram bodes expiatórios para os físicos ignorantes. Quando um medico era incapaz de curar alguém, sempre tinha o recurso de uma Bruxa pelo insucesso. Ironicamente, as curar milagrosas, quando realizadas por um medico, eram atribuídas a Deus ou à intervenção dos santos. Mas as curas milagrosas conseguidas por Bruxas eram obras do demônio!
Os talentos curativos de uma Bruxa também significavam uma subversão para a ortodoxia cristã. Eliminar a dor era uma atitude anti-cristã. Em conseqüência da queda de Adão e Eva, presumia-se que as pessoas tinham que sofrer especialmente as mulheres no ato de dar e luz, pois o Deus do Antigo Testamento tinha amaldiçoado a mulher e decretado que ela teria de parir na dor e na pena. Kraemer e Sprenger afirmaram que ‘ninguém causa maior sano a fé católica do que as parteiras’. O que eles tinham em mente era que os partos indolores desafiavam a maldição do Deus patriarcal recém-nascido. As Bruxas tinham analgésicos, tratamentos antiflogísticos, coadjuvantes digestivos, drogas contraceptivas e muitos outros tratamentos herbáceos e naturais que hoje constituem a base de muitos produtos farmacêuticos. Seus conhecimentos sobre como facilitar o parto e acelerar a recuperação fez delas as melhores parteiras. Não admira que a profissão médica desencadeasse uma campanha para eliminá-las! Foi uma longa campanha...
Para justificar as milhões de execuções, a Igreja criou uma demonologia sistemática em torno das crenças, práticas e festividades populares pagãs. Armados com o Malleus Malificarum, os caçadores de Bruxas entravam nas aldeias e povoados e iniciavam sua busca. O guia oficial sugeria que as crianças eram as melhores informantes porque era fácil intimidá-las. Um método rotineiro era aplicar as meninas adolescentes 200 chicotadas em suas costas nuas para encorajá-las a acusar suas mães e avós de Feitiçaria. As chamadas provas de pratica de Feitiçaria eram variadas, ilógicas e usadas sem o menor critério. Por exemplo, se uma mulher, ao ser acusado, murmurasse alguma coisa com os olhos postos no chão e não derramasse lagrimas, era uma Bruxa. Se permanecesse em silencio, era uma Bruxa. Olhos dessemelhantes e olhos azuis indicavam uma Bruxa assim com a presença da ‘marca do Diabo’. Uma verruga, um nevo ou lunar também se qualificava como sinal do diabo, assim como a presença de sardas. Se qualquer uma dessas marcas não fosse encontrada, um inquisidor decidido a incriminar uma determinada mulher como Bruxa podia suspeitar de que a marca tinha sido habilmente escondida para não ser decetda. Um exame formal do corpo inteiro da mulher era então ordenado, usualmente em publico, diante de observadores curiosos que estavam mais interessados em ver a mulher nua do que descobrir alguma marca. Examinar o corpo das mulheres resultou num elevado numero de estupro que os bispos tiveram finalmente que elaborar diretrizes escritas para desencorajar o ‘zelo’ com que os inquisidores realizavam sua busca.
A investigação podia ser feita com a ajuda de uma ‘punção de Bruxa’, um instrumento semelhante a um furador de gelo. Os caçadores profissionais de Bruxas (que só eram remunerados quando podiam convencer as autoridades locais de que tinham realmente capturado uma Bruxa) usavam com freqüência duas punções, uma normal e uma outra com ponta retrátil que se ocultava no punho. Depois de extrair sangue de varias partes do corpo com punção normal para estabelecer se o instrumento estava bem afiado, o caçador trocava então sub-repticiamente as punções e ‘enterrava’ a lamina da punção retrátil até o punho no corpo da mulher acusada. Se ela não manifestasse sentir dor, isso era prova evidente de que era Bruxa. A incapacidade de recitar o ‘Pai Nosso’ em publico, sem engasgar, era sinal de Feitiçaria.
De acordo com a Woman’s Encyclopedia of Myths and Secrets (Enciclopédia de Mitos e Segredos da Mulher), de Bárbara Walker, uma mulher que vivesse sozinha, era considerada Bruxa, sobretudo se ela resistisse ser cortejada. Na Inglaterra, uma mulher foi assassinada por um grupo de soldados que a viram pegando jacaré-na-praia... ela corria velozmente sobre uma prancha de surf, mantendo-se firme e ereta acima da rebentação, informaram eles e supuseram por isso que a moça estava praticando magia. Quando ela chegou à praia, rasparam-lhe a cabeça, espancaram-na e mataram-na a tiros. Uma Bruxa escocesa foi detida por dar banho em crianças da vizinhança, uma pratica higiênica que nesse tempo não era vista com bons olhos.
Havia regras para a tortura, como isso a tornasse de alguma maneira mais humana. Por exemplo, a tortura nunca poderia durar mais de uma hora. Mas os nquisidores podiam suspender uma sessão minutos antes de se completar a hora, e assim começar de novo uma outra sessão. Havia três etapas aprovadas: uma, para obter confissão; a segunda para determinar o motivo; e uma terceira para incriminar cúmplices e simpatizantes. Por vezes, a tortura durava às 24 horas do dia. Os tornozelos eram quebrados, seios decepados, enxofre despejado nos cabelos e pelos pubianos e tacava-lhe fogo; braços e pernas eram desarticulados, os tendões desfibrados, espáduas deslocadas, agulhas em brasa enfiadas sob suas unhas, e os polegares esmagados em torniquetes. Às vitimas eram dados banhos escaldantes em água misturada com cal viva, içadas em cordas e depois deixadas cair, suspensas pelos polegares com pesos atados ao tornozelo, penduradas de cabeça para baixo e fazendo-as girar, chamuscadas com archotes, estupradas com instrumentos cortantes, espremidas sob pesadas pedras. Por vexes, os membros da família eram forçados a presenciar a tortura de um outro antes de chegar à vez dele. A caminho da fogueira, as vitimas podiam ter suas línguas arrancadas ou as bocas esfregadas com um atiçador em brasa para impedi-las de blasfemar ou de gritar obscenidades durante a execução. O inquisidor Nicholas Remy declarou-se atônito, conforme admitiu, com o fato de ‘tantas Bruxas terem um desejo positivo de morte’. É difícil acreditar que ele não conseguisse entender por quê.
Leva cerca de meia hora para morrer em resultado da fumaça e das bolhas na pele. O carvão vegetal da combustão lenta pode prolongar a agonia por um dia inteiro.
Terminado o auto-de-fé, realizava-se usualmente um jantar publico para celebrar um ‘ato agradável a Deus’.


AS DIFERENÇAS ENTRE FEITIÇARIA E SATANISMO

“Recentemente, Geraldo Rivera produziu um programa sobre Satanismo para uma rede de televisão em horário nobre. Estive o tempo todo do programa sob uma expectativa ansiosa. Como fiquei aliviada e minhas apreensões se dissiparam ao ver que ele conseguira passar à hora inteira do rograma sem mencionar a Feitiçaria! Mas então, quando me preparava para pegar caneta e papel para escrever-lhe uma nota de congratulações, o programa terminou com uma lista de coisas a que os pais deviam estar atentos se não quisessem que seus filhos se envolvessem com cultos satânicos. E ali estava: Feitiçaria!”
(Depoimento dado pela autora e Bruxa Laurie Cabot)

Há muita confusão acerca do que é perigoso e do que não é. Os departamentos policiais de todo o pais tem diretrizes especiais para o que chamam crimes ‘ocultistas’. Trata-se dos crimes que parecem ser cometidos por indivíduos ou grupos que estão envolvidos em varias praticas sadistas e cruéis, incluindo de animais, mas, por vezes, de seres humanos. É importante para os departamentos policiais e para o FBI capturar esses criminosos e impedir futuras atrocidades. Mas eles, como tantos outros em nossa sociedade, confundem a evidência.
Bruxas têm colaborado com agentes do FBI para ajudar a investigar crimes bizarros.

“Tenho recebido telefonemas de departamentos policiais de vários pontos do pais para aconselha-lhos em suas investigações a fim de capturar delinqüentes psicóticos que usam os ornamentos e acessórios da religião em seus crimes.”
(Depoimento dado pela autora e Bruxa Laurie Cabot)

Os verdadeiros satanistas escarnecem dos símbolos da Feitiçaria, como pentagrama, tal como tripudiam do crucifixo. Qualquer sádico pode cometer homicídio, estupro, mutilar uma vitima, e depois declarar-se Bruxo.
Não é difícil, realmente, distinguir a Feitiçaria do Satanismo. As Bruxas usam o pentagrama com a ponta para cima. Os satanistas invertem-no com a ponta para baixo, tal como invertem o crucifixo. As Bruxas nunca usam crucifixo para qualquer fim, seja na posição normal ou invertida. Nunca usamos o numero 666. Não sacrificamos animais. Jamais fazemos às avessas nada que esteja ligada a fé cristã. Especificamente, não dizemos o pai-nosso de trás para frente. Não celebramos Missas Negras ou qualquer outra cor de missa. Não usamos artefatos cristãos e, portanto, não precisamos arrombar igrejas para roubá-los. As Bruxas não usam crianças em seus rituais, e quando participam, fazem-no nos mesmos termos dos adultos. Não causamos danos físico a quem quer que seja. Além disso, não recrutamos e nem fazemos proselitismo.

“A Liga das Bruxas para a Conscientização Publica expede milhares de folhetos e cartas explicando a Feitiçaria a empresas, escolas, grupos religiosos e agencias da lei em todo o mundo. Um dos nossos mais recentes projetos é convencer os editores dos principais dicionários e enciclopédias a reescrever seus verbetes com definições de Bruxas e de Feitiçaria de modo que reflitam a verdade a nosso respeito e ponham de lado expressões como ‘velhas megeras’ ou ‘pactos com o diabo’. Gostaríamos que dissessem que a Feitiçaria é uma Arte e uma Ciência que todos os povos e culturas praticam de alguma forma. Gostaríamos que as nossas raízes nas religiões naturais européias pagãs fossem seriamente consideradas e discutidas com respeito. Gostaríamos que as definições parassem de nos considerar sinônimo do mal.”.
(Depoimento dado pela autora e Bruxa Laurie Cabot.


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